sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Brasil tem 193.946.886 habitantes, aponta estimativa do IBGE


Números, divulgados no Diário Oficial, são referentes a 1º de julho de 2012.
Estado mais populoso é São Paulo, com 41.901.219 pessoas.


Fonte: G1
Edição: Antonio Luis

Estimativa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicada nesta sexta-feira (31) no Diário Oficial da União aponta que o Brasil tem uma população de 193.946.886 de habitantes. Os dados foram calculados para o dia 1º de julho de 2012.
O estado mais populoso, segundo o IBGE, é São Paulo, com 41.901.219 habitantes. Em seguida está Minas Gerais, com 19.855.332. Rio de Janeiro aparece em terceiro lugar, com 16.231.365 habitantes, e a Bahia vem em quarto, com 14.175.341 moradores.
A estimativa foi feita com base na que foi elaborada em 2011 e também no Censo Demográfico de 2010. Como os dados do Censo 2010 ainda não foram totalmente trabalhados, não foi possível atualizar o Sistema de Projeções da População do Brasil, que atualmente tem dados de 2008. Ele será atualizado no próximo ano, com dados de referência para 2013.
Já o estado menos populoso é Roraima, com 469.524 habitantes.

Segundo o IBGE, o país possui atualmente 3.191.087 a mais do que em 2010, quando a população chegou a 190.755.799. 

Para 2013, o sistema de projeções do IBGE deverá incorporar novas informações referentes à dinâmica demográfica de cada município e incluir outras variáveis, como fatores econômicos e sociais locais. A projeção é feita anualmente a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU) e serve de base para o repasse de recursos do orçamento aos municípios.

Dentre as cidades mais populosas, a capital paulista lidera o ranking, com 11.376.685 habitantes. Já entre as com menor população, Borá (SP) e Serra da Saudade (MG) encabeçam a lista: ambas com 807 habitantes. Curitiba (PR) é a cidade com maior número de habitantes na região Sul do país, com 1.776.761.
Confira abaixo a estimativa da população para todos os estados em 2012 e o ranking das 15 cidades com maior e menor número de habitantes.
ESTADO                                                                             POPULAÇÃO                                                                  
Região Sudeste                                                                        
São Paulo                                                                         41.901.219  
Minas Gerais19.855.332
Rio de Janeiro16.231.365
Espírito Santo3.578.067
Região Nordeste
Bahia14.175.341
Pernambuco8.931.028
Ceará8.606.005
Maranhão6.714.314
Paraíba3.815.171
Rio Grande do Norte3.228.198
Alagoas3.165.472
Piauí3.160.748
Sergipe2.110.867
Região Sul
Rio Grande do Sul10.770.603
Paraná10.577.755
Santa Catarina6.383.286
Região Norte
Pará7.792.561
Amazonas3.590.985
Rondônia1.590.011
Tocantins1.417.694
Acre758.786
Amapá698.602
Roraima469.524
Região Centro-Oeste
Goiás6.154.996
Mato Grosso3.115.336
Distrito Federal2.648.532
Mato Grosso do Sul2.505.088


15 maiores cidades - Censo 201015 maiores cidades- estimativa 2012
São Paulo (SP)                         11.253.503                  São Paulo (SP)                         11.376.685                    
Rio de Janeiro (RJ)6.320.446Rio de Janeiro (RJ)6.390.290
Salvador (BA)2.675.656Salvador (BA)2.710.968
Brasília (DF)2.570.160Brasília (DF)2.648.532
Fortaleza (CE)2.452.185Fortaleza (CE)2.500.194
Belo Horizonte (MG)2.375.151Belo Horizonte (MG)2.395.785
Manaus (AM)1.802.014Manaus (AM)1.861.838
Curitiba (PR)1.751.907Curitiba (PR)1.776.761
Recife (PE)1.537.704Recife (PE)1.555.039
Porto Alegre (RS)1.409.351Porto Alegre (RS)1.416.714
Belém (PA)1.393.399Belém (PA)1.410.430
Goiânia (GO)1.302.001Goiânia (GO)1.333.767
Guarulhos (SP)1.221.979Guarulhos (SP)1.244.518
Campinas (SP)1.080.113Campinas (SP)1.098.630
São Luís (MA)1.014.837São Luís (MA)1.039.610







































15 menores cidades- Censo 201015 menores cidades - estimativa 2012
Borá (SP)                                                    805                   Borá (SP)                                  807                   
Serra da Saudade (MG)815         Serra da Saudade (MG)                   807              
Anhanguera (PR)1.020Anhanguera (PR)1.039
Oliveira de Fátima (TO)1.037Oliveira de Fátima (TO)1.049
Araguainha (MT)1.096Araguainha (MT)1.058
Nova Castilho (SP)1.125Nova Castilho (SP)1.146
Cedro do Abaeté (MG)1.210Cedro do Abaeté (MG)1.199
André da Rocha (RS)1.216Uru (SP)1.228
Uru (SP)1.251André da Rocha (RS)1.232
Miguel Leão (PI)1.253Miguel Leão (PI)1.236
Lagoa Santa (GO)1.254Lagoa Santa (GO)1.305
Parari (PB)1.256Chapada de Areia (TO)1.345
Chapada de Areia (TO)1.335Grupiara (MG)1.373
Serra Nova Dourada (MT)1.365Jardim Olinda (PR)1.392
Grupiara (MG)1.373Cachoeira de Goiás (GO)1.405

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Cão 'malandro' é flagrado em cima de búfalo em rio no Paquistão


Cena foi registrada no rio Ravi, em Lahore.
Imagem foi feita pelo fotógrafo Mohsin Raza.



Um cão foi flagrado nesta terça-feira (28) sobre as costas de um búfalo que estava no rio Ravi, em Lahore, no Paquistão. (Foto: Mohsin Raza/Reuters)Um cão foi flagrado nesta terça-feira (28) sobre as costas de um búfalo que estava no rio Ravi, em Lahore, no Paquistão. (Foto: Mohsin Raza/Reuters).Fonte: G1Edição: Antonio Luis

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Quem são os grevistas que desafiam o Brasil


A maior paralisação de servidores federais da história 

impede que remédios cheguem aos hospitais, afrouxa

a segurança nas fronteiras e gera prejuízo de R$ 1 bilhão.

 Saiba como atuam, quanto ganham e os planos dos líderes 

do movimento

Claudio Dantas Sequeira e Adriana Nicacio
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Nos últimos três meses, o País vem enfrentando uma onda de greves que paralisa boa parte dos serviços públicos federais. Na contabilidade dos grevistas, 350 mil trabalhadores já cruzaram os braços – na sexta-feira 24, estimava-se que 200 mil permaneciam sem dar expediente – para reivindicar principalmente aumento salarial, no que já é considerada a maior greve da história do serviço público brasileiro. Nem as paralisações na gestão Fernando Henrique Cardoso, as mobilizações no início do primeiro mandato de Lula e protestos setorizados, como os de controladores de voo em 2006, se comparam ao movimente atual, seja em duração, grau de planejamento e senso de oportunidade – ou oportunismo. A greve que começou pequena em maio, com professores universitários, logo absorveu os servidores administrativos das universidades e, em poucas semanas, abarcou dezenas de categorias. No fim de junho, quando aderiram à onda os funcionários das agências reguladoras, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, além dos auditores fiscais, o governo se deparou com uma situação dramática. A greve atingiu serviços fundamentais e estratégicos, como a aduana, a vigilância sanitária e a segurança de fronteiras. O prejuízo até agora ultrapassa R$ 1 bilhão, mas os danos sociais são incalculáveis.
Um exemplo dessas perdas está na retenção de mercadorias no Porto de Santos. Os funcionários da Anvisa impediram que milhares de remédios essenciais contra o câncer e reagentes para o diagnóstico da gripe H1N1 chegassem aos hospitais. A escassez de kits sorológicos também obrigou alguns hospitais públicos a descartar milhares de bolsas de sangue que perderam a validade. Em outro efeito colateral do movimento grevista, a suspensão da fiscalização em rodovias e aeroportos serviu como espécie de sinal verde ao crime organizado. Na terça-feira 21, policiais rodoviários afixaram na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR), uma placa com a frase: “Passagem livre para tráfico de drogas e armas.” Dentro do governo, a ação foi interpretada como um perigoso sinal de radicalização.
O radicalismo como instrumento de negociação se tornou a principal marca do atual movimento grevista, que vem sendo conduzido por uma associação entre antigas lideranças do funcionalismo com uma nova geração de sindicalistas. Várias dessas estrelas emergentes têm pouca ou nenhuma tradição na luta sindical. Raramente saem de seus gabinetes para negociar e, por seus altos salários e perfil empresarial, ganharam da presidenta Dilma Rousseff a alcunha de “grevistas de sangue azul”. Esse grupo é considerado a elite do funcionalismo público, com salários de R$ 10 mil a R$ 25 mil, altamente qualificado, com cursos de pós-graduação, mestrado e até doutorado. Alguns sindicalistas  andam de carro importado e usam as redes sociais da internet para definir estratégias de ação. Lideranças tradicionais, insatisfeitas com os controles de gastos e a estabilização no número de servidores do Executivo, aceitaram colocar-se a reboque da turma de “sangue azul”. Dessa maneira, tentam deter avanços que o governo vem implementando na gestão do funcionalismo público. A criação de fundos de pensão que reduzem privilégios de algumas castas de servidores foi tão mal recebida pelos sindicalistas quanto a legislação sobre transparência pública, que expôs os vencimentos de cada um deles.
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SEM TRABALHAR
Servidores federais, de diversas áreas do governo, durante protesto
em São Paulo: serviços essenciais à população foram afetados
Um dos principais líderes do grupo dos novos nobres grevistas chama-se Pedro Delarue Tolentino Filho, presidente do Sindifisco e representante da chamada União das Carreiras de Estado, que reúne as 22 categorias mais bem remuneradas do Executivo, entre elas Banco Central, gestores públicos, CVM e Itamaraty. Com 54 anos, o auditor fiscal é formado em economia e ganha R$ 19,4 mil por mês. Em junho, embolsou R$ 23 mil, em virtude de gratificações. Mora na elegante Barra da Tijuca, no Rio Janeiro, sua mulher trabalha na iniciativa privada e a filha estuda em colégio particular. Delarue entrou para o sindicalismo na década de 1990 e rapidamente alcançou postos de comando no Sindifisco, cuja presidência ele assumiu em 2007. O sindicalista não se preocupa com o rótulo de sangue azul, diz que os auditores “não são apenas a elite do serviço público, mas do País”, e revela detalhes do planejamento da greve. “Decidimos no ano passado que não aceitaríamos mais enrolação do governo.”
Outros líderes grevistas de “sangue azul” são Álvaro Sólon de França, que preside a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), e Wilson Roberto de Sá, do Sindicado Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical). Sólon tem salário bruto de R$ 21,5 mil e, com gratificações, o valor alcança mensalmente R$ 25,2 mil. Roberto de Sá, por sua vez, recebe R$ 18 mil, que sobem para R$ 21,4 mil com os benefícios. Morador de São Gonçalo, no Rio, passa a semana em Brasília, onde aluga uma quitinete e malha numa badalada academia. Também estão nesse grupo os presidentes da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Souza Ribeiro, da Associação Nacional dos Servidores Efetivos das Agências Reguladoras (Aner), Paulo Rodrigues Mendes, e da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários, Pedro da Silva Cavalcanti. Ribeiro ganha R$ 17,5 mil e Mendes, R$ 13,2 mil – até 2005, seu salário era de R$ 3,5 mil. Já Cavalcanti retira R$ 13 mil mensalmente, com gratificação inclusa, frequenta uma academia da Asa Sul e mora num bairro nobre do Recife. Para esses servidores, o sindicalismo está longe de ser uma atividade política. Alguns são até filiados a partidos, como o PT e PSB, mas não militam. A ausência de um conteúdo político nas manifestações é outra característica desse novo sindicalismo, que busca, acima de tudo, resultados financeiros.
Todo o planejamento do atual movimento grevista obedeceu a princípios comuns da iniciativa privada. O financiamento das atividades foi pensado com antecedência. Delarue, do Sindifisco, criou duas novas contribuições só para bancar o projeto de greve. Por seis meses, os filiados contribuíram com 0,1% do salário para um fundo de mobilizações e 0,6% para o fundo de greve. Foram recolhidos R$ 17 milhões, que estão sendo usados para pagar os salários de quem teve o ponto cortado pelo Executivo. Os fiscais agropecuários reunidos na Anffa também tiveram de dar uma contribuição a mais. Nos últimos 11 meses, todos os servidores recolhem 10% de seus salários para um fundo de emergência. Em maio e junho, quando o movimento esquentou, esse percentual dobrou. Hoje, a associação tem um caixa de R$ 9 milhões para enfrentar o governo. Em agosto, 11.495 grevistas de todas as categorias sofreram baixas em seu contracheque.
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PARADOS
Policiais federais (acima) no anúncio da operação-padrão
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AMEAÇA
Em posto da Polícia Rodoviária, faixa diz passagem livre para tráfico de drogas e armas
Com esse dinheiro, as lideranças sindicais esperam manter os protestos mesmo depois de 31 de agosto, prazo limite para o Ministério do Planejamento fechar o orçamento de 2013. Lideranças ouvidas por ISTOÉ estimam entre R$ 100 mil e R$ 450 mil o custo mensal para manter a mobilização, com gastos de pessoal, material de panfletagem, acampamentos e publicidade em rádios e tevês. Uma assembleia nos dias 1o e 2 de setembro definirá os rumos da greve, mas já há previsão de paralisação para 11, 12 e 13 do mesmo mês. Segundo os dirigentes sindicais, mesmo sem perspectivas de reajuste imediato, a pressão vai continuar, e a segurança dos grandes eventos virou elemento de barganha nesse processo. “Até agora foram feitas paralisações pontuais”, diz o delegado Marcos Leôncio Ribeiro, da ADPF. “Mas teremos a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e a Olimpíada.” Delarue reforça o poder dos grevistas. “Não temos dificuldade em organizar novas operações-padrão e paralisações.”
De parte do governo, a tendência também é o endurecimento. “Quem não aceitar o reajuste de 15,8% não terá nada”, afirma um assessor da Presidência. Para as categorias que aceitarem o acordo, novas negociações só poderão ocorrer em 2016. Pensando nisso, o governo fracionou o reajuste nos próximos três anos. Outra estratégia para enfraquecer os grevistas é levantar as fragilidades de cada categoria, para uma negociação individual posterior. Na busca por informações, o Palácio do Planalto infiltrou agentes da ABIN, da P2 (Polícia Militar) e do Exército nas assembleias e acampamentos. Também determinou o monitoramento das principais lideranças. “Brasília virou uma praça de guerra de arapongagem”, revela um agente. Francisco Sabino, vice-presidente da Fenapef, que reúne os agentes da PF, confirma que descobriu arapongas oficiais infiltrados em reuniões de sua entidade. “Estão nos acompanhando em quase todos os Estados.” Para burlar a espionagem, Sabino diz que seus colegas têm optado por se comunicar por rádio e evitado fazer reservas em hotéis ou comprar passagens com antecedência.
A motivação para manter os servidores mobilizados após o dia 31 tem a ver também com demandas que vão além da questão salarial, como reestruturação de carreira, equiparação salarial, definição de 1º de maio como data-base e uma política de reposição inflacionária, que será embutida na discussão sobre a regulamentação das greves de servidores. “A grande diferença dessa mobilização para as anteriores é que conseguimos unificar uma pauta geral, então o governo não tem como nos dividir e enfraquecer”, afirma Josemilton da Costa, presidente da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef). A entidade reúne o maior número de servidores públicos, cerca de 1,2 milhão, chamados de “carreirão”, normalmente com salários mais baixos. O próprio Josemilton, que uniu seu movimento ao dos de sangue azul, ganha pouco mais de R$ 3,2 mil como agente administrativo do Ministério da Fazenda. Tem hábitos franciscanos, mora numa quitinete em Copacabana e despacha de um gabinete sem ar-condicionado.
Diferenças salariais à parte, Josemilton demonstra estar afinado com a estratégia de radicalização dos demais líderes grevistas. “Quem elegeu Dilma foram os mesmos movimentos sociais que elegeram Lula”, diz. “A resistência em negociar pode levá-la ao isolamento. É um preço alto a pagar.” A opinião do sindicalista é compartilhada pela psicóloga Marinalva Barbosa, presidente da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), principal entidade dos professores federais – de 59 universidades, 57 paralisaram suas atividades, assim como 33 dos 38 institutos tecnológicos. “O governo não sabe negociar”, diz. Com 47 anos e doutorado na USP, ela recebe R$ 11 mil como professora associada na Universidade Federal do Amapá. Para os sindicalistas, falta jogo de cintura por parte do governo. Estão insatisfeitos com o diálogo com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, e o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. Interlocutor oficial do governo com os representantes dos servidores, a agenda de Mendonça registra 180 reuniões desde março,  numa média de duas horas para cada encontro. Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a falta de uma saída é reflexo do esgotamento de um modelo de negociação. “É preciso negociar com antecedência”, afirma. “Não adianta deixar para última hora.” Enquanto o impasse não termina, milhões de brasileiros continuam sofrendo os efeitos perversos do movimento grevista. Reivindicar melhores salários é legítimo, o que não é certo é deixar um País inteiro refém do movimento.
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Com reportagem Alan Rodrigues e Pedro Marcondes de Moura
Fonte: Revista ISTOÈ Online
Edição: Antonio Luis

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Assassino de John Lennon tem liberdade negada pela 7ª vez



Mark David Chapman
Mark David Chapman, acima, logo após o assassinato do ex-beatle John Lennon, e abaixo, em foto atual (Reuters)

As autoridades penitenciárias americanas rejeitaram nesta quinta-feira o sétimo pedido de liberdade de Mark David Chapman, o homem que assassinou o ex-Beatle John Lennon em 1980, em Nova York.
"Sua libertação neste momento afetaria de maneira importante o respeito pela lei e tenderia a banalizar a trágica perda humana causada como resultado de seu crime atroz, não provocado, violento, frio e calculado", afirmaram as autoridades em um comunicado.
A decisão foi adotada após uma audiência por videoconferência nesta quarta-feira com Chapman, de 57 anos, que está detido na penitenciária de segurança máxima de Wende, em Alden, estado de Nova York.
Chapman foi condenado em 1981 a uma pena que podia ir dos 20 anos até a prisão perpétua pelo assassinato de Lennon, diante do prédio em que o ex-Beatle morava, de frente para Central Park, em Nova York.
Este foi o sétimo pedido de liberdade de Chapman desde 2000, ano em que passou a ter a possibilidade de deixar a prisão. A próxima audiência do caso está marcada para agosto de 2014.
Fonte: Revista Veja Online
Edição: Antonio Luis

Justiça concede liberdade ao Cabo Bruno após 27 anos de prisão


Decisão torna o ex-policial livre de débitos pendentes com a Justiça.
Oliveira havia sido condenado a 120 anos de prisão.

Luara Leimig da TV VanguardaDo G1 Vale do Paraíba e Região

Cabo Bruno é beneficiado com saída temporária (Foto: Reprodução/TV Globo)Cabo Bruno, acusado de mais de 50 assassinatos,
terá direito a liberdade (Foto: Reprodução/TV Globo)
A Justiça de Taubaté concedeu na tarde de quarta-feira (22) o indulto para Florisvaldo de Oliveira, conhecido como Cabo Bruno.
Condenado a 120 anos de prisão, ele cumpriu 27 anos e deverá deixar a penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, em Tremembé, conhecida como P2, ainda nesta quinta-feira (2).
Segundo o Tribunal de Justiça, foi concedido indulto pleno do restante da pena. Assim, Oliveira não terá mais débitos pendentes com a Justiça.

Ex-policial militar de São Paulo, cabo Bruno é acusado de chefiar um esquadrão da morte que atuava na periferia da capital paulista na década de 1980. Ele foi acusado de mais de 50 assassinatos e está detido em Tremembé desde 2002, onde atuava como pastor.

Em 2009, o advogado de defesa pediu a progressão da pena - do regime fechado para o semiaberto. Os exames criminológicos apontaram bom comportamento do preso.
No último dia 14, o promotor Paulo José de Palma, responsável pelo processo do Cabo Bruno, encaminhou um parecer favorável ao indulto para a decisão final da Vara Criminal.
Junto com o parecer do promotor, baseado em lei que prevê a liberdade definitiva para presos com bom comportamento e com mais de 20 anos de prisão cumpridos, estão documentos com elogios de funcionários e da própria direção da P2 quanto à conduta de Florisvaldo na unidade.

Em agosto, na saída temporária dos presos no Dia dos Pais, o cabo deixou a penitenciária pela primeira vez. A saída foi comemorada por amigos no site de relacionamento da mulher dele, uma cantora evangélica que se casou com Florisvaldo dentro da penitenciária.

Expectativa
Na segunda-feira (20), a reportagem da TV Vanguarda conversou com Florisvaldo de Oliveira em uma área da sede administrativa do presídio. Calmo, sempre sorridente e bastante observador, Cabo Bruno contou sobre sua rotina, a expectativa de ganhar a liberdade e lembrou fatos que vivenciou durante o período do cárcere.

Enquanto aguardava o despacho que poderia mudar sua vida, Florisvaldo manteve a rotina que segue desde 2009 no regime semiaberto. Ele acorda por volta das 5h30 e às 6h, quando o portão do alojamento é aberto, sai para o café da manhã e vai para a horta da unidade, onde trabalha diariamente cultivando os vegetais que são servidos no almoço dos próprios detentos.

Entre 11h20 e 12h20, o ex-policial segue para o almoço, e em seguida retorna para o trabalho na horta até as 17h. Depois, encara a fila nos quatro orelhões existentes no pátio disponíveis para os presos do regime semiaberto, para conseguir ligar para a família e saber as notícias do lado de fora. Cada preso tem até dez minutos para usar os aparelhos e a ordem de uso é definida por meio de uma lista elaborada por eles, diariamente e conforme o interesse de uso.
"Estou ansioso pela decisão da Justiça, mas ao mesmo tempo me mantendo com os pés no chão. São 27 anos nesta vida e sou igual a Tomé, só acredito vendo", disse Cabo Bruno na última segunda-feira.
Fé e arte
Tela pintada pelo Cabo Bruno (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Tela pintada pelo Cabo Bruno
(Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Além do trabalho na horta, Cabo Bruno divide o tempo na prisão com a missão de pastor evangélico, celebrando cultos nos fins de semana na capela da P2 - construída pelos próprios presos - e com a pintura de telas. Autodidata, Florisvaldo aprendeu a pintar quadros em 1996, quando esteve preso na Casa de Custódia de Taubaté.
Desde então, segundo ele, já fez entre 800 e 1000 telas, que foram vendidas para detentos e parentes de presos. "É uma forma que encontrei de ajudar a família com as despesas", disse. O preço das telas de cabo Bruno varia entre R$ 300 e R$ 400. Suas pinturas passeiam entre paisagens e natureza morta.
Entre os clientes de Cabo Bruno também estão promotores, juízes e presos famosos, como o ex-controlador do Banco Santos Edemar Cid Ferreira, que também esteve preso na P2 em 2006, acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. "Edemar entendia de arte e gostou muito do meu trabalho. Foram pelo menos dez quadros com preços entre R$ 1000 e R$ 1500 que ele levou para a coleção de arte dele", contou.
Liberdade
Este mês Florisvaldo pôde sentir por cinco dias o gosto da liberdade. Entre os dias 8 e 13 de agosto, ele ficou fora da unidade prisional, convivendo com a família, beneficiado pela primeira vez com a saída temporária do Dia dos Pais.

"Foi uma sensação difícil de explicar. A alegria era tanta que eu não quis avisar ninguém. Aproveitei cada segundo e sai da prisão caminhando por mais de duas horas até a casa da minha esposa, onde fiz uma surpresa para todos", contou.
No período que esteve longe das grades, Florisvaldo frequentou cultos evangélicos todas as noites junto com a esposa que é pastora. Eles se conheceram durante as visitas evangélicas que ela fazia na capela do presídio.
"Na primeira noite de liberdade depois de 21 anos sem ver a rua, cumpri minha promessa feita para Deus quando eu ainda estava no regime fechado: passei a primeira noite em um monte junto com outros irmãos da igreja e a minha esposa, orando e agradecendo. Apesar de nunca ter tido a noite oficial de núpcias, a primeira noite fora foi dedicada a Deus", brincou. Entre um culto e outro, Cabo Bruno participou de reuniões familiares e fez questão de ir ao centro da cidade fazer compras.
Prisão e fugas
Cabo Bruno foi preso pela primeira vez em 1983 e levado para o presídio militar Romão Gomes, na capital. Entre 1983 e 1990, o ex-pm fugiu três vezes da unidade, uma delas inclusive depois de fazer funcionários reféns. Em maio de 1991 foi recapturado pela quarta vez, e nunca mais saiu.

Em junho de 1991 Florisvaldo foi levado para a Casa de Custódia de Taubaté, onde ficou até 1996. Dentro do piranhão da Custódia, unidade onde nasceu uma das principais facções criminosas do Estado, o ex-policial permaneceu os mais de cinco anos em uma cela isolado 24 horas dos demais presos.
"Com ameaças de morte frequentes, passei estes anos sem banho de sol, porque não podia encontrar com os outros detentos. De dentro da minha cela, eu apenas conseguia ouvir as vozes de detentos de celas próximas, por onde comecei a pregar, até instituir o horário diário das orações, no final do dia", lembra.
Em 1996, Florisvaldo foi levado para o Centro de Observação Criminológica, onde ficou até 2002, quando foi transferido para a P2 de Tremembé. Em 2009 ele passou do pavilhão do regime fechado da P2 para o semiaberto, dentro da mesma unidade, separados apenas por uma muralha.
Fonte: G1
Edição: Antonio Luis