Ex-senadora volta à cena política, corre contra o
tempo para fundar seu próprio partido,
mas já enfrenta resistências
Alan RodriguesDIVISÃO
Antes mesmo de nascer, legenda “sustentável” já apresenta rachas internos
A pouco mais de um ano das eleições presidenciais, os principais partidos e pré-candidatos à sucessão da presidenta Dilma Rousseff já começam a movimentar as peças no tabuleiro político. Nas próximas semanas, será a vez da ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, Marina Silva, entrar definitivamente no jogo eleitoral. Terceiro lugar na disputa de 2010 com quase 20% de votos, Marina estava reclusa desde o rompimento com o Partido Verde, há dois anos. Agora, pressionada pelo projeto político de concorrer ao Planalto em 2014 e pelo calendário eleitoral, que obriga os candidatos no próximo pleito a se filiarem a alguma agremiação partidária até um ano antes das eleições, Marina abraçou o pragmatismo e decidiu correr para fundar sua própria legenda. A ex-senadora marcará oficialmente sua volta à cena política no dia 7 de fevereiro, em Brasília, quando, ao lado dos militantes do Movimento Social Nova Política, fará a primeira reunião para decidir sobre os rumos da sigla a ser criada – o 31º partido brasileiro. “Não poderia me omitir diante do legado consistente que temos e que está propondo algo que, se não é um novo caminho, pelo menos é uma nova maneira de caminhar na política”, justifica Marina. “É preciso pensar a política para enfrentar a crise civilizatória que o mundo está vivendo”, filosofa ela.
JUNTAS DE NOVO
Heloísa Helena deve se filiar ao novo partido de Marina Silva
Antes, porém, Marina precisará enfrentar um princípio de crise no próprio grupo destinado a discutir a nova legenda. É que entre eles há os que trabalham contra a criação do partido. São os internamente chamados de “sonháticos”. No que depender dessa corrente do Movimento Social Nova Política, o grupo deveria apenas debater e apresentar propostas alternativas para o País, sem enveredar pela fundação de mais uma sigla. Do outro lado da trincheira estão os pragmáticos, onde se encontra Marina e aliados. “Essa polêmica será resolvida em Brasília. E, com certeza, será aprovado o surgimento do partido”, avalia Ricardo Young, atualmente vereador do PPS na capital paulista. O único consenso até agora é o foco na sustentabilidade.
Para pôr um ponto final nessa querela, os militantes realizarão reuniões a partir desta semana em todos os Estados em que possuem representação. Aprovada a criação do partido, o grupo irá para as ruas na tentativa de colher as 500 mil assinaturas necessárias para o registro da legenda no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com apoio de políticos experimentados, o partido de Marina poderá reunir desertores de siglas como PV, PT, PSol, PDT, PSDB e PPS. “O Brasil precisa de um projeto que supere essa farsa da polarização entre PT e PSDB”, entende a ex-senadora Heloísa Helena, que pretende embarcar em breve na nova canoa “marineira” ao lado de outros integrantes do Psol.
Fonte: Revista ISTOÉ Online
Edição: Antonio Luis
Nenhum comentário:
Postar um comentário