Por Lorena Pacheco
Toda semana Maria Aparecida* tira sangue da veia e reaplica na nádega. Uma dose pequena, cinco mililitros. Há cerca de três anos ela ficou sabendo da prática pelo irmão que tinha leucemia, ele começou a fazer tratamento com a auto-hemoterapia e hoje se diz curado. Convencida, Maria resolveu por conta própria experimentar, “sofria muito de labirintite e ainda tinha um cisto no ovário, com as injeções de sangue não sei se estou curada, mas meu cisto sumiu e não escuto mais zumbido no ouvido”.
Hoje, ela não só recomenda a auto-hemoterapia, como também aplica periodicamente em outras pessoas. Parentes, amigos da igreja e do trabalho confiam a vida à Maria. Como a professora Joana Santos*, que há um ano leva toda família para levar as picadas. “Fazemos isso mais para prevenir doenças, como meu marido e meu filho primogênito, eu mesma não fico mais gripada, minha anemia passou e me sinto fisicamente mais bem disposta. Meu filho caçula também sofre de bronquite e alergias e vi grandes melhoras”, defende.
Divulgação e técnica
A auto-hemoterapia nasceu na França e data do início do século passado. Nos anos 30, pesquisadores dos Estados Unidos e do Brasil estudaram a eficácia do método caseiro, mas nada foi comprovado. Em 2007, um vídeo feito pelo clínico geral Luiz Moura, do Rio de Janeiro, começou a circular em todo Brasil. Nada de muito elaborado, o que se vê é apenas o médico em frente à câmera, falando de maneira direta e descomplicada, com o objetivo de convencer o público sobre a facilidade e benefícios da técnica.
Segundo ele, a aplicação tem o intuito de estimular a produção de anticorpos, células que entram em ação para defender nosso organismo quando este contrai antígenos - bactérias, fungos e vírus estranhos ao corpo. O sangue injetado seria, portanto, essa substância estranha que aumentaria o número de anticorpos e assim a proteção do sistema imunológico. E como o sangue é da própria pessoa, não tem como haver rejeição, já que as substâncias que definem o tipo sanguíneo e o fator RH do indivíduo são as mesmas.
Em casos gerais, são extraídos cinco mililitros de sangue da veia do braço e logo injetados no bumbum. Em casos de doenças mais graves, o recomendado seria a injeção de dez mililitros, com aplicação da metade desse conteúdo em cada nádega. Segundo Moura, o processo deve ser feito uma vez por semana, isso porque o sangue ficaria durante cinco dias no músculo produzindo anticorpos, mais especificamente os macrófagos - tipo de anticorpo que por meio da fagocitose elimina células infecciosas. A promessa é que durante esse período a taxa de macrófagos aumentaria de 5% para 22%. Os outros dois dias seriam necessários para que o sangue saia todo do músculo e este descanse para uma nova aplicação.
Segundo Moura, ele próprio testemunhou casos de cura de doenças gravíssimas, como câncer e AIDS, tratados só com a retirada e aplicação de sangue. Além de ser um método de custo baixíssimo, basta apenas uma seringa (que se compra em qualquer farmácia por R$ 1) e uma pessoa que saiba pegar veia e dar injeção no músculo. “É uma coisa que poderia ser divulga e usada em regiões sem recurso onde as pessoas não têm condições de pagar estimulantes imunológicos caríssimos, como um remédio à base de reisado de timus de vitela que causa o mesmo efeito que a auto-hemoterapia”, defende o médico.
Riscos
Até aqui a auto-hemoterapia pareceu ser um grande achado, tal técnica certamente revolucionaria a medicina atual com o tratamento e cura de diversas doenças ao mesmo tempo, algo quase milagroso. Entretanto, nenhum profissional da saúde no Brasil está autorizado a praticá-la porque não existem pesquisas científicas que comprovem de fato seus benefícios. E o pior é que muitos doentes estão abandonando os tratamentos convencionais em prol de algo incerto.
Segundo a Resolução 1.499/98, do Conselho Federal de Medicina (CFM), médicos e enfermeiros estão proibidos de utilizar experimentalmente qualquer tratamento sem comprovação científica e sem a autorização de um conselho de ética. Quem o fizer estará sujeito à advertência, censura, suspensão do exercício profissional ou cassação do registro profissional. Já para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os estabelecimentos que realizarem a auto-hemoterapia estarão sujeitos às penalidades previstas na Lei de Infração Sanitária (nº 6.437/77), e podem ter que pagar multas que vão de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. Quanto às pessoas comuns que aplicam a seringa de sangue em terceiros, responderão na Justiça por uso ilegal da medicina.
Mesmo assim, cada vez mais o método é utilizado de maneira caseira, afinal que mal faria experimentar um tratamento alternativo que, se não fizer bem, como muito prometido, pelo menos não fará mal, certo? Errado. Segundo Jorge Vaz, hematologista do Centro de Oncologia e Hematologia de Brasília (Cettro), o sangue é feito para circular nas veias e não no músculo. “O tecido muscular pode se romper favorecendo a formação de abscessos [inflamação com pus originada pela necrose do tecido], sem falar que uma vez fora da veia, a agulha pode ser infectada por microorganismos do ar e contaminar o indivíduo”, alerta.
Já o hemoterapeuta José Comenalli Marques Jr, da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH), é enfático: “a auto-hemoterapia não produz anticorpos”. O especialista ainda informa que a técnica pode estimular o desenvolvimento de doenças auto-imunes, como a anemia hemolítica auto-imune por anticorpos a frio. Algumas pessoas não sabem, mas podem ter um tipo de “anticorpo ruim” que é ativado a temperaturas mais baixas, reagindo contra o próprio corpo. “Se após a retirada da veia, a pessoa esperar um pouco, e aplicar o sangue no músculo com a temperatura menor que 37º (temperatura normal do corpo), um auto anticorpo chamado IgM (imunoglobulina M) frio, reagirá destruindo glóbulos e causando tremedeiras e febre. É um fenômeno raro, mas pode acontecer com qualquer um”.
Como então explicar as possíveis melhoras de doenças testemunhadas por diversas pessoas adeptas à auto-hemoterapia? A resposta mais aceita entre a comunidade médica é o efeito placebo: quando a pessoa apenas imagina estar melhorando porque adquire uma “medicação” que na verdade não possui atuação efetiva. Para Marques, “praticar a auto-hemoterapia seria como ir a uma sessão religiosa e sair de lá curado de alguma doença, tudo com a força do pensamento, da fé”. Mas as pessoas também devem considerar os fatores paralelos à melhora, “muitos mudam de dieta alimentar quando estão doentes, o que acaba influenciando o quadro clínico. A melhora também pode ser do próprio curso da doença”.
A técnica é simples, barata e promete milagres no tratamento e cura das mais diversas doenças, dentre elas o câncer e a AIDS. A auto-hemoterapia, que basicamente consiste na retirada de sangue da veia e aplicação no músculo de uma mesma pessoa, está sendo cada vez mais praticada. No entanto, toda a comunidade médica abomina o método e proíbe sua utilização a qualquer profissional de saúde. Como algo aparentemente tão simples e benéfico pode ser coibido?
Toda semana Maria Aparecida* tira sangue da veia e reaplica na nádega. Uma dose pequena, cinco mililitros. Há cerca de três anos ela ficou sabendo da prática pelo irmão que tinha leucemia, ele começou a fazer tratamento com a auto-hemoterapia e hoje se diz curado. Convencida, Maria resolveu por conta própria experimentar, “sofria muito de labirintite e ainda tinha um cisto no ovário, com as injeções de sangue não sei se estou curada, mas meu cisto sumiu e não escuto mais zumbido no ouvido”.
Hoje, ela não só recomenda a auto-hemoterapia, como também aplica periodicamente em outras pessoas. Parentes, amigos da igreja e do trabalho confiam a vida à Maria. Como a professora Joana Santos*, que há um ano leva toda família para levar as picadas. “Fazemos isso mais para prevenir doenças, como meu marido e meu filho primogênito, eu mesma não fico mais gripada, minha anemia passou e me sinto fisicamente mais bem disposta. Meu filho caçula também sofre de bronquite e alergias e vi grandes melhoras”, defende.
Divulgação e técnica
A auto-hemoterapia nasceu na França e data do início do século passado. Nos anos 30, pesquisadores dos Estados Unidos e do Brasil estudaram a eficácia do método caseiro, mas nada foi comprovado. Em 2007, um vídeo feito pelo clínico geral Luiz Moura, do Rio de Janeiro, começou a circular em todo Brasil. Nada de muito elaborado, o que se vê é apenas o médico em frente à câmera, falando de maneira direta e descomplicada, com o objetivo de convencer o público sobre a facilidade e benefícios da técnica.
Segundo ele, a aplicação tem o intuito de estimular a produção de anticorpos, células que entram em ação para defender nosso organismo quando este contrai antígenos - bactérias, fungos e vírus estranhos ao corpo. O sangue injetado seria, portanto, essa substância estranha que aumentaria o número de anticorpos e assim a proteção do sistema imunológico. E como o sangue é da própria pessoa, não tem como haver rejeição, já que as substâncias que definem o tipo sanguíneo e o fator RH do indivíduo são as mesmas.
Em casos gerais, são extraídos cinco mililitros de sangue da veia do braço e logo injetados no bumbum. Em casos de doenças mais graves, o recomendado seria a injeção de dez mililitros, com aplicação da metade desse conteúdo em cada nádega. Segundo Moura, o processo deve ser feito uma vez por semana, isso porque o sangue ficaria durante cinco dias no músculo produzindo anticorpos, mais especificamente os macrófagos - tipo de anticorpo que por meio da fagocitose elimina células infecciosas. A promessa é que durante esse período a taxa de macrófagos aumentaria de 5% para 22%. Os outros dois dias seriam necessários para que o sangue saia todo do músculo e este descanse para uma nova aplicação.
Segundo Moura, ele próprio testemunhou casos de cura de doenças gravíssimas, como câncer e AIDS, tratados só com a retirada e aplicação de sangue. Além de ser um método de custo baixíssimo, basta apenas uma seringa (que se compra em qualquer farmácia por R$ 1) e uma pessoa que saiba pegar veia e dar injeção no músculo. “É uma coisa que poderia ser divulga e usada em regiões sem recurso onde as pessoas não têm condições de pagar estimulantes imunológicos caríssimos, como um remédio à base de reisado de timus de vitela que causa o mesmo efeito que a auto-hemoterapia”, defende o médico.
Riscos
Até aqui a auto-hemoterapia pareceu ser um grande achado, tal técnica certamente revolucionaria a medicina atual com o tratamento e cura de diversas doenças ao mesmo tempo, algo quase milagroso. Entretanto, nenhum profissional da saúde no Brasil está autorizado a praticá-la porque não existem pesquisas científicas que comprovem de fato seus benefícios. E o pior é que muitos doentes estão abandonando os tratamentos convencionais em prol de algo incerto.
Segundo a Resolução 1.499/98, do Conselho Federal de Medicina (CFM), médicos e enfermeiros estão proibidos de utilizar experimentalmente qualquer tratamento sem comprovação científica e sem a autorização de um conselho de ética. Quem o fizer estará sujeito à advertência, censura, suspensão do exercício profissional ou cassação do registro profissional. Já para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os estabelecimentos que realizarem a auto-hemoterapia estarão sujeitos às penalidades previstas na Lei de Infração Sanitária (nº 6.437/77), e podem ter que pagar multas que vão de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. Quanto às pessoas comuns que aplicam a seringa de sangue em terceiros, responderão na Justiça por uso ilegal da medicina.
Mesmo assim, cada vez mais o método é utilizado de maneira caseira, afinal que mal faria experimentar um tratamento alternativo que, se não fizer bem, como muito prometido, pelo menos não fará mal, certo? Errado. Segundo Jorge Vaz, hematologista do Centro de Oncologia e Hematologia de Brasília (Cettro), o sangue é feito para circular nas veias e não no músculo. “O tecido muscular pode se romper favorecendo a formação de abscessos [inflamação com pus originada pela necrose do tecido], sem falar que uma vez fora da veia, a agulha pode ser infectada por microorganismos do ar e contaminar o indivíduo”, alerta.
Já o hemoterapeuta José Comenalli Marques Jr, da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH), é enfático: “a auto-hemoterapia não produz anticorpos”. O especialista ainda informa que a técnica pode estimular o desenvolvimento de doenças auto-imunes, como a anemia hemolítica auto-imune por anticorpos a frio. Algumas pessoas não sabem, mas podem ter um tipo de “anticorpo ruim” que é ativado a temperaturas mais baixas, reagindo contra o próprio corpo. “Se após a retirada da veia, a pessoa esperar um pouco, e aplicar o sangue no músculo com a temperatura menor que 37º (temperatura normal do corpo), um auto anticorpo chamado IgM (imunoglobulina M) frio, reagirá destruindo glóbulos e causando tremedeiras e febre. É um fenômeno raro, mas pode acontecer com qualquer um”.
Como então explicar as possíveis melhoras de doenças testemunhadas por diversas pessoas adeptas à auto-hemoterapia? A resposta mais aceita entre a comunidade médica é o efeito placebo: quando a pessoa apenas imagina estar melhorando porque adquire uma “medicação” que na verdade não possui atuação efetiva. Para Marques, “praticar a auto-hemoterapia seria como ir a uma sessão religiosa e sair de lá curado de alguma doença, tudo com a força do pensamento, da fé”. Mas as pessoas também devem considerar os fatores paralelos à melhora, “muitos mudam de dieta alimentar quando estão doentes, o que acaba influenciando o quadro clínico. A melhora também pode ser do próprio curso da doença”.
Fonte: Correio Braziliense
Edição: Antonio Luis
5 comentários:
Gostaria de tecer algumas considerações sobre este texto que está se disseminando de forma viral em sites pela internet, onde se pode comentar, mas “estranhamente” não aparecem comentários por mais que se tente postar:
Com a limitação de espaço aqui, fracionarei meu longo comentário em 3 partes.
Eis a 1ª:
“com o objetivo de convencer o público sobre a facilidade e benefícios da técnica. “
O médico Luis Moura não tenta convencer ninguém, ele somente relata sua clínica no uso da terapia e afirma desejar sejam estimulados estudos balizadores. E só...
“Segundo ele, a aplicação tem o intuito de estimular a produção de anticorpos,”
Outro engano. Este médico não afirma nada disso, pois ele mesmo informa que não tem condições de proceder os necessários estudos. Ele simplesmente apresenta os resultados dos estudos de que dispõe. Estes estudos é que apontam para estes efeitos. E estes estudos apontam para a maior produção de macrófagos!
“Os outros dois dias seriam necessários para que o sangue saia todo do músculo e este descanse para uma nova aplicação. “
Novo equivoco. Ele diz que depois do 5º dia, a proporção de macrófagos decai até voltar aos normais 5%. E isso, de novo, baseado em estudos registrados.
“tratados só com a retirada e aplicação de sangue”
Faltou atenção do autor para poder pontuar suas críticas. Este médico jamais prescreveu como tratamento único, a AH. Sempre receitou como auxiliar do tratamento convencional.
“não existem pesquisas científicas que comprovem de fato seus benefícios”
Aqui, ao menos, ele se baseia numa informação oficial... Pena que eivada de inverdades. Existem sim diversos estudos que sempre indicam a eficácia segurança e necessidade de mais estudos. O PUBMED tem vários. O autor do parecer que o CFM encomendou, e que é usado por todos os outros órgãos de saúde do Brasil com pedra basilar sobre o assunto, atesta que deixou de consultar vários por dificuldades de tradução (sic)...
“E o pior é que muitos doentes estão abandonando os tratamentos convencionais em prol de algo incerto. “
Outro grande equívoco. Não se tem notícia de nenhum paciente que tenha abandonado o tratamento convencional em favor da AH. Principalmente porque os médicos sempre prescreveram a Ah como auxiliar ao tratamento farmacológico convencional. Ademais, com a proibição, muitos tiveram de fazer uso da terapia sem o necessário acompanhamento médico. Até entre os praticantes voluntários, é consenso que a Ah é uma complemento a ser usado concomitante com a terapia prescrita para sua doença...
“Errado. Segundo Jorge Vaz, hematologista do Centro de Oncologia e Hematologia de Brasília (Cettro), o sangue é feito para circular nas veias e não no músculo.”
Não sei não.. me parece que o sangue tem a função reparadora, cicatrizante e bactericida, ao provocar o fechamento de feridas através das fibrinas...entre outras funções, quando este sangue, que só deve circular nas veias, sai deste circuito... Como prova temos que terapias médicas modernas, criadas a partir dos anos 60, se beneficiam destas propriedades do sangue fora das veias, como o PRP, PPP, tampão sanguíneo peridural a injeção de sangue autólogo dentro de olho lesionado e muitas outras...
““O tecido muscular pode se romper favorecendo a formação de abscessos [inflamação com pus originada pela necrose do tecido], sem falar que uma vez fora da veia, a agulha pode ser infectada por microorganismos do ar e contaminar o indivíduo”, alerta.”
Como esta afirmação é feita por um médico, respeito. Entretanto observo que estes riscos são exatamente os mesmos que corremos ao tomar uma simples injeção num posto de saúde ou ao coletar sangue para exames laboratoriais...basta a falta de cuidados. Então são inerentes à forma de proceder a terapia e não à terapia em si...
Olivares Rocha
olivares@oi.com.br
Gostaria de tecer algumas considerações sobre este texto que está se disseminando de forma viral em sites pela internet, onde se pode comentar, mas “estranhamente” não aparecem comentários por mais que se tente postar:
Com a limitação de espaço aqui, fracionarei meu longo comentário em 3 partes.
Eis a 1ª:
“com o objetivo de convencer o público sobre a facilidade e benefícios da técnica. “
O médico Luis Moura não tenta convencer ninguém, ele somente relata sua clínica no uso da terapia e afirma desejar sejam estimulados estudos balizadores. E só...
“Segundo ele, a aplicação tem o intuito de estimular a produção de anticorpos,”
Outro engano. Este médico não afirma nada disso, pois ele mesmo informa que não tem condições de proceder os necessários estudos. Ele simplesmente apresenta os resultados dos estudos de que dispõe. Estes estudos é que apontam para estes efeitos. E estes estudos apontam para a maior produção de macrófagos!
“Os outros dois dias seriam necessários para que o sangue saia todo do músculo e este descanse para uma nova aplicação. “
Novo equivoco. Ele diz que depois do 5º dia, a proporção de macrófagos decai até voltar aos normais 5%. E isso, de novo, baseado em estudos registrados.
“tratados só com a retirada e aplicação de sangue”
Faltou atenção do autor para poder pontuar suas críticas. Este médico jamais prescreveu como tratamento único, a AH. Sempre receitou como auxiliar do tratamento convencional.
“não existem pesquisas científicas que comprovem de fato seus benefícios”
Aqui, ao menos, ele se baseia numa informação oficial... Pena que eivada de inverdades. Existem sim diversos estudos que sempre indicam a eficácia segurança e necessidade de mais estudos. O PUBMED tem vários. O autor do parecer que o CFM encomendou, e que é usado por todos os outros órgãos de saúde do Brasil com pedra basilar sobre o assunto, atesta que deixou de consultar vários por dificuldades de tradução (sic)...
“E o pior é que muitos doentes estão abandonando os tratamentos convencionais em prol de algo incerto. “
Outro grande equívoco. Não se tem notícia de nenhum paciente que tenha abandonado o tratamento convencional em favor da AH. Principalmente porque os médicos sempre prescreveram a Ah como auxiliar ao tratamento farmacológico convencional. Ademais, com a proibição, muitos tiveram de fazer uso da terapia sem o necessário acompanhamento médico. Até entre os praticantes voluntários, é consenso que a Ah é uma complemento a ser usado concomitante com a terapia prescrita para sua doença...
“Errado. Segundo Jorge Vaz, hematologista do Centro de Oncologia e Hematologia de Brasília (Cettro), o sangue é feito para circular nas veias e não no músculo.”
Não sei não.. me parece que o sangue tem a função reparadora, cicatrizante e bactericida, ao provocar o fechamento de feridas através das fibrinas...entre outras funções, quando este sangue, que só deve circular nas veias, sai deste circuito... Como prova temos que terapias médicas modernas, criadas a partir dos anos 60, se beneficiam destas propriedades do sangue fora das veias, como o PRP, PPP, tampão sanguíneo peridural a injeção de sangue autólogo dentro de olho lesionado e muitas outras...
““O tecido muscular pode se romper favorecendo a formação de abscessos [inflamação com pus originada pela necrose do tecido], sem falar que uma vez fora da veia, a agulha pode ser infectada por microorganismos do ar e contaminar o indivíduo”, alerta.”
Como esta afirmação é feita por um médico, respeito. Entretanto observo que estes riscos são exatamente os mesmos que corremos ao tomar uma simples injeção num posto de saúde ou ao coletar sangue para exames laboratoriais...basta a falta de cuidados. Então são inerentes à forma de proceder a terapia e não à terapia em si...
OLIVARES ROCHA]
OLIVARES@OI.COM.BR
A segunda parte:
. “Se após a retirada da veia, a pessoa esperar um pouco, e aplicar o sangue no músculo com a temperatura menor que 37º (temperatura normal do corpo), um auto anticorpo chamado IgM (imunoglobulina M) frio, reagirá destruindo glóbulos e causando tremedeiras e febre. É um fenômeno raro, mas pode acontecer com qualquer um”
Caramba!! Tive calafrios ao ler tal perigo!!! Após me restabelecer, e com o devido sangue frio (sem trocadilhos), pesquisei um pouco. E eis que não vi qualquer correlação causal deste tipo de anemia com a AH. Também não achei qualquer relato de caso em mais de século de emprego médico da AH. Também não achei qualquer relato de praticante, assim como não achei qualquer estudo que apontasse para este ou qualquer outro efeito colateral.
Depois me lembrei de que no México, um renomado médico com 7 doutorados, empregava uma variante da Ah que é usada lá até hoje que consiste em injetar 1 ml. diariamente no paciente, principalmente para casos de diabetes, como se fosse um subistituto da insulina. Claro que não coletam o sangue diariamente. Após a coleta, o sangue é misturado a uma solução salina e conservado sob refrigeração, em GELADEIRA.
Ademais, nunca ouvi falar que “requentassem” o sangue para injetá-lo nas veias durantes as transfusões de sangue....
“Como então explicar as possíveis melhoras de doenças testemunhadas por diversas pessoas adeptas à auto-hemoterapia? A resposta mais aceita entre a comunidade médica é o efeito placebo”
Pode ser.. Pode ser... Só queria entender como os veterinários conseguem convencer animais de que a AH neles praticada há 100 anos é simples placebo... Esquecem os médicos que usam este argumento falacioso que hoje em dia a informação não está mais restrita aos meios acadêmicos. Temo-las em mãos ao simples clicar de alguns botões virtuais ou físicos. Então quem se interessar, poderá comprovar que, além de bem estudada e pesquisada, é a AH, na Veterinária, empregada e ensinada em faculdades desde que a descobriram para humanos. Então me parece, como leigo que sou, que cai por terra este argumento de placebo, fé ou outra quimera.
Para maiores esclarecimentos, envio um pequeno histórico da AH ao deleite ou escárnio dos (des) interessados:
AH é praticada, ensinada, estudada e autorizada em Veterinária no Brasil há século (1);
no México vemos clínicas (2) que fornecem a AH;
a AH foi originada de um princípio médico secular, chamado Conceito da Irritação dos tecidos. Esta deu origem a outro, o da Excitação... De onde surgiu a Proteinoterapia. (3);
Desta, por fim, surgiu a Auto–Hemoterapia (4).
Hoje, um dos mais modernos centros de pesquisas da América Latina, a FIOCRUZ, pesquisa, junto com a USP e outras instituições, uma vacina denominada de ZIMDUCK, cujo princípio de atuação resgata o esquecido conceito de irritação, e sua base de funcionamento, o estímulo imunológico através de injeções de agentes excitantes do tecido, ou, a Proteionoterapia....(5)
Esta vacina vem enfrentando grande resistência.
Imagina-se que tendo em vista a possibilidade de se evitarem ou mesmo curarem diversas mazelas que, de outra forma, demandariam grandes somas de $ investidos em remédios paliativos...(6)
Se um fármaco criado e testado em grandes centros de pesquisas e que com certeza tem grande potencial mercadológico enfrenta tantas dificuldades para ser estudado, imagina-se o que uma terapia virtualmente gratuita e que também tem enorme potencial de prevenção e cura, enfrenta...
Por outra, a ah é "copiada" em diversos tratamentos, onde injetam o próprio (auto) sangue (hemo) para tratar (terapia) a saúde do paciente-usuário.
Tal qual a boa e velha AUTO-HEMOTERAPIA:
Olivares Rocha
olivares@oi.com.br
Enviei comentários pertinentes. Haverá autorização de publicação?
Olivares Rocha
Agradeço o espaço cedido neste blog para o devido e necessário contraditório.
"
Tal qual a boa e velha AUTO-HEMOTERAPIA:
Fator de crescimento Plaquetário, (7);
Tampão sanguíneo peridural (8);
Injeção de sangue autólogo dentro de olho lesionado (9);
PRP (10);
PPP (11);
A vacina do Marido (12)
Referências:
1 – Utilização do camundongo NOD (Non-obese diabetic) como modelo de
estudo sobre a eficácia da autohemoterapia. (2009)
Instituto Oswaldo Cruz Fundação Oswaldo Cruz e-mail: falara@ioc.fiocruz.br
E
http://www.upis.br/pesquisas/tcc/Andreia%20Pagnussatt.pdf
e
SARCÓIDE EQUINO – RELATO DE CASO (NEOPLASIA)
em http://www.revista.inf.br/veterinaria08/relatos/05.pdf
E
CENTRO UNIVERSITÁRIO EURO-AMERICANO
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA AUTO-HEMOTERAPIA SOBRE A CICATRIZAÇÃO E PRESENÇA DE LEUCÓCITOS SÉRICOS EM RATOS WISTAR
UNIEURO. E-mail: marianna@unieuro.edu.br em http://www.unieuro.edu.br/downloads_2009/reeuni_04_004.pdf
Universidade Federal de Pelotas
AUTO-HEMOTERAPIA EM BOVINOS:
INFLUÊNCIAS NA COMPOSIÇÃO DO LEITE
http://www.ufpel.edu.br/cic/2008/cd/pages/pdf/CA/CA_01407.pdf
2 – Youtube – busque auto hemoterapia + México:
http://www.youtube.com/watch?v=0tNrc3qFQg8
http://www.youtube.com/watch?v=7RNbPtFgBe0
http://www.youtube.com/watch?v=1AtHkf96lBE
3 – A prática da auto-hemoterapia no Brasil – Prof. Douglas Carrara Antropólogo djcarrara@hotmail.com
em http://www.saudelazer.com/index.php?Itemid=49&id=5397&option=com_conte nt&task=view
4 – A Auto-Hemoterapia nas dermatoses Autor: David, Alberto Carlos
Viegas, Luís de Freitas
em http://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/17607)
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