sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

PREFEITOS DO PIAUÍ NA MIRA DA PF

Aumenta para 126 o número de Prefeituras do Piauí acusadas de uso de notas fiscais frias e empresas registram Boletim de Ocorrência por uso de seus nomes em fraudes


Os delegados da Polícia Federal (PF) estão investigando 126 das 240 Prefeituras do Piauí acusadas de uso de notas fiscais frias para desvio de recursos públicos federais e municipais.

As investigações foram ampliadas com pela quebra de sigilo telefônico na Operação Geleira, desencadeada pela Polícia Federal no dia 19 de janeiro com as prisões de 32 pessoas, sendo sete prefeitos e dois ex-prefeitos. As ligações telefônicas interceptadas revelam as empresas de falsificação de notas fiscais prestando serviços para outras Prefeituras Municipais , além das 12 onde a Justiça Federal determinou a prisão dos prefeitos e a busca e apreensão de documentos e computadores durante a Operação Geleira.

Essas investigações terão ainda maior amplitude porque os delegados da Polícia Federal agora têm acesso aos dados coletados pelos auditores e prestações de contas reprovados pelos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

“Nós já desvendamos um grande esquema de notas fiscais frias no passado, um escândalo de proporções incomensuráveis”, falou o presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Kennedy Barros.

O conselheiro do TCE Olavo Rebêlo, relator do processo, lembra que no dia 13 de janeiro deste ano, seis dias antes da Operação Geleira, os conselheiros, por unanimidade, reprovaram as prestações de contas referentes ao ano de 2008 do prefeito de Ribeira do Piauí, Jorge de Araújo Costa, o Doutor (PTB), por várias irregularidades, entre elas uso de notas fiscais frias para simular gastos com recursos públicos.

“Nós encaminhamos estes casos para o Ministério Público Estadual para que possa oferecer a denúncia criminal. Quando entra nessa fase, a Polícia passa a investigar porque tem mecanismos que não temos como solicitar à Justiça a quebra de sigilo telefônico, quebra de sigilo fiscal, e quebra de sigilo bancário, o que torna a investigação mais eficiente”, declarou Jorge de Araújo Costa.

Olavo Rebêlo afirma que na prestação de contas do prefeito Jorge de Araújo Costa foi detectada a utilização de notas fiscais frias por empresas como a Disk Informática, cujo endereço funciona a empresa Click Informática; Rafael Material de Construção, na qual o gerente diz que nunca vendeu mercadorias para a Prefeitura e os blocos utilizados são falsos. Inclusive um inquérito foi instaurado para a apurar a falsificação.

Foram emitidas notas fiscais frias emitidas pela empresa Novo Lar Construções, que não teve o endereço localizado e pela empresa R&C Indústria e Comércio, cujo real proprietário disse que houve falsificação das notas fiscais e registrou boletim de ocorrência.

Fonte: MN
Edição: Antonio Luis



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