quinta-feira, 6 de outubro de 2011

MÁFIA DAS PENSÕES EM TERESINA FAZ TRÁFICO DE RINS POR ATÉ R$ 70 MIL


O delegado Edvan Botelho, da Cico (Comissão Investigadora do Crime Organizado) está investigando, a partir de depoimentos de testemunhas, a série de crimes mais escandalosos da história do Piauí praticados por máfia formada por pensões de Teresina, empresas de ônibus do Piauí, médicos de clínicas privadas e hospitais públicos e até algumas enfermeirasdo HGV (Hospital Getúlio Vargas).
O delegado Edivan Botelho ouviu funcionários de empresa de ônibus que fazem linhas de cidades do Maranhão para Teresina, que transportam pacientes para atendimento no sistema de saúde no Piauí.
Funcionários das empresas de ônibus informaram a Edvan Botelho que seus patrões e donos de Vans transportam pacientes de Tocantins, Maranhão e Pará e entram agenciadores durante as viagens nos municípios de Barra do Corda, Grajaú e Presidente Dutra (MA) já encaminhando para as pensões teresinenses de quem cobram R$ 10, R$ 12 e R$ 15 por pessoas.
Em um dos depoimentos mais chocantes prestados ao delegado Edvan Botelho, na Cico, um funcionário de empresa de ônibus afirma que existe tráfico de órgãos humanos e um rim pode ser vendido a R$ 70 mil.
Ele lembrou que estava em uma pensão em Teresina quando conheceu um paciente de Altamira (PA) que havia passado por uma cirurgia e ao perguntar sobre seu problema o homem disse que na verdade havia vendido um rim, pois estava em dificuldade financeira.
O paciente falou que ouviu comentários de que o valor de um rim custaria de R$ 8 mil a R$ 10 mil para a pessoa que “doa” (paciente que tem o órgão retirado) e que na mesma época ouviu uma dona de pensão chamada Silva falar pessoalmente com uma senhora dentro de sua pensão que o valor de um rim custava R$ 70 mil para quem necessitava do órgão.
Em outra denúncia apurada pelo delegado Edvan Botelho aponta que algumas enfermeiras do HGV (Hospital Getúlio Vargas) têm esquema com donos de pensão, que funciona da seguinte forma: os donos de pensão marcam consultas para seus pacientes e algumas enfermeiras cobram em média R$ 50 das pensões e esses pacientes têm prioridade em relação aos que são atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Os valores pagos pelas consultas são divididos por algumas enfermeiras e os donos de pensões e que quando o paciente necessita de uma cirurgia, algumas enfermeiras do HGV combinadam com alguns médicos marcam com o dono da pensão e essa cirurgia sera feita no próprio HGV e o dinheiro pago à vista ou depositado nas conta de dono de pensão ou de médico para que seja dividido entre os três porque oficialmente a cirurgia é feita pelo SUS.
Por: Efrém Ribeiro/Portal Meio Norte
Edição: Antonio Luis

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