sexta-feira, 18 de maio de 2012

Venda de carne de jumento cria polêmica entre agricultores do RN



























A negociação da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Norte para a venda de jumentos para a alimentação para a China causou polêmica entre os agricultores do estado. Essa foi a solução encontrada para dar destino aos animas capturados nas rodovias.
Os jumentos estão perdendo espaço na lida do campo no Nordeste e tornaram-se um problema em vários municípios. É comum encontrar animais andando soltos pelas ruas de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Eles invadem as estradas e provocam acidentes.
A Polícia Rodoviária Estadual realiza a Operação Caminhão Boiadeiro para capturar os animais, trabalho feito pelo laçador Max Rodrigues na beira da estrada. A polícia consegue recolher por semana uma média de 15 animais, que são levados para um curral privado e onde recebem comida e água. No caso de vacas, cavalos e bodes resgatados, o dono rapidamente aparece para resgatá-los. Mas o abanado é geral quando se trata de um jumento.
O governo do Rio Grande do Norte teve a ideia de aproveitar o mercado chinês, que aprecia muito o sabor da carne dos jumentos, para dar destino aos animais que ficam abandonados no curral. Já aconteceram os primeiros encontros para a venda.
“Foi firmado um protocolo de intenções objetivando explorar o jumento. O que a gente vê de diferencial é que não é uma exploração predatória. O jumento seria promovido. Se passaria a desejar e criar jumentos dentro de normas que preservariam a espécie”, diz Simplício Holanda, secretário adjunto de Agricultura do Rio Grande do Norte.
Mas o governo do estado precisa resolver uma questão interna. Os jumentos são considerados por muitas pessoas como animais de estimação. Por isso, o abate gerou polêmica. 
No município de Timbaúba dos Batistas, na região central, uma dos monumentos mais famosos da cidade já mostra o valor que o jumento tem pelo lugar. “Existe a necessidade imediata de uma solução, mas uma solução nacional. A civilização nordestina foi moldada no lombo do jumento. Então, a gente deve muito a esse animal”, diz Kátia Lopes, presidente da ONG Defesa da Natureza.
Não há nenhum abate programado nem contrato de exportação fechado com a China.
Fonte: Globo Rural
Edição: Antonio Luis


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