Protestos de estudantes contra o aumento na tarifa de ônibus bloquearam ruas e avenidas em Teresina (PI) nesta sexta-feira. Cerca de 500 estudantes e sindicalistas ocuparam a Frei Serafim, principal via da capital piauiense.
Nos cinco dias de manifestações contra o reajuste de R$ 1,90 para R$ 2,10 na passagem, a população ficou sem ônibus e cerca de 20 coletivos foram depredados, de acordo com o Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina).
Nove manifestantes foram detidos e levados para a Central de Flagrantes. Eles foram soltos em seguida, sem pagamento de fiança.
Ontem, um veículo foi saqueado e queimado pelos manifestantes. Houve confronto com a polícia.
Os principais articuladores do movimento, batizado de "#contraoaumento", pedem a revogação do decreto do prefeito Elmano Férrer (PTB) que autorizou o reajuste na tarifa a partir do dia 1º.
Os estudantes protestam também contra a integração dos ônibus, iniciada na mesma data em 42% das linhas. Pelo sistema, o passageiro paga uma tarifa de R$ 2,10, e o segundo trecho custa R$ 1,05.
Eles reivindicam que o segundo trecho da viagem seja gratuito, como ocorre em São Paulo e outras capitais do país.
Para a estudante de direito Lorena Varão, 21, a integração não funciona na prática e encareceu o preço da passagem. "Queremos uma audiência com a prefeitura para discutir o sistema de transporte de Teresina. No entanto, o prefeito continua intransigente e não abre um canal de negociação", disse.
Com palavras de ordem, apitaços e faixas, os estudantes interromperam o tráfego na avenida Frei Serafim por cerca de 8 horas. Eles deitaram na avenida e usaram máscaras e camisetas para esconder o rosto.
O tráfego na ponte Juscelino Kubitschek, que dá acesso ao centro de Teresina, também ficou paralisado.
No fim do dia, os manifestantes interromperam o protesto, que deve ser retomado na segunda-feira. "Vamos parar essa cidade", disse o estudante Luan Matheus Santana, 21, um dos líderes do movimento.
MULTA
O prefeito Elmano Férrer condenou o que chamou de abuso dos manifestantes e disse que a integração está em fase de implantação. Ele descartou a possibilidade de revogar o decreto que concedeu o reajuste. "Vamos continuar com a integração. No máximo em seis meses a segunda passagem será gratuita."
A prefeitura ameaçou multar as empresas que retirarem os veículos das ruas durante os protestos. Segundo o Setut, o que aconteceu foi que os ônibus ficaram parados no trânsito devido aos protestos.
Fonte: Folha.com
Edição: Antonio Luis
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