quinta-feira, 21 de julho de 2011

Morte Sem Corpo: Macarrão diz que sangue encontrado no carro de Bruno era de Eliza

Amigo e ex-secretário de Bruno, Macarrão disse que não falou antes sobre esse fato porque seus advogados não permitiram que ele falasse em juízo. A declaração confirma o que a Polícia Civil mineira já comprovara por meio de exames de DNA. Macarrão não falou em que condições esse sangue apareceu no carro.


Mais de um ano após o desaparecimento e possível morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes de Souza, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, disse à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas que o sangue encontrado no carro do jogador era mesmo da mulher desaparecida.

Mastrangelo Reino-16.jul.10/Folhapress
Luiz Henrique, o Macarrão, amigo e funcionário de Bruno, suspeito de ter particapado do suposto assassinato de Eliza
Luiz Henrique, o Macarrão, amigo e funcionário de Bruno, suspeito de ter particapado do suposto assassinato de Eliza
Macarrão foi ouvido pelo deputado estadual Durval Angelo (PT) após a comissão ter sido chamada para ouvir relatos sobre supostas ameaças que Macarrão estaria sofrendo na prisão.
No depoimento que deu à juíza Marixa Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem (MG), em novembro passado, Bruno já havia falado sobre o sangue no carro. Na ocasião, ele atribuiu o fato a um suposto ferimento em Eliza por causa de um soco que um adolescente teria dado na sua ex-amante.
A versão de Bruno, porém, não bate com a versão dada pela polícia para os fatos. Na história contada por ele à juíza, Macarrão foi pegar Eliza em um hotel no Rio de Janeiro para levá-la ao apartamento do goleiro, porque sua ex-amante teria concordado em ir, por vontade própria, a Belo Horizonte no dia seguinte. O primo adolescente dele estava no carro e se desentendeu com Eliza, dando-lhe um soco. Bruno disse que essa versão lhe foi contada por Macarrão.
Foi depois que Macarrão retirou Eliza do hotel e a levou para um restaurante, na companhia do adolescente, que ocorreu a briga dentro do carro, uma Land Rover, onde a perícia encontrou sangue da ex-amante do jogador.
Bruno disse que na briga o nariz dela sangrou, e o braço do adolescente também ficou ferido.
Na noite seguinte, ao chegar em casa após o jogo do Flamengo, Bruno disse que estavam na sua casa a ex-namorada Fernanda Gomes de Castro, Macarrão, o adolescente, Eliza e o bebê. Foi aí, conforme disse, que soube dos detalhes do acontecera no dia anterior.
A partir disso, alegou que Eliza passou a exigir R$ 50 mil. Disse que ofereceu R$ 30 mil e ela aceitou, mas por não confiar que ele depositaria o dinheiro, decidiu viajar para Belo Horizonte. Segundo Bruno, ela pegaria o dinheiro e iria viajar.
Alex de Jesus/O Tempo/Folhapress
Goleiro Bruno Fernandes fala sobre suposta extorsão de juíza na Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Goleiro Bruno Fernandes fala sobre suposta extorsão de juíza na Assembleia Legislativa de Minas Gerais
O adolescente primo de Bruno, que cumpre medida sócio-educativa em uma instituição em Belo Horizonte, depois de mudar por diversas vezes seus depoimento, disse perante a Justiça que agrediu Eliza dentro do carro quando estavam na estrada para Belo Horizonte, não no Rio.
A polícia sustenta que o sangue na Land Rover é a prova de que Eliza foi sequestrada pelos acusados do crime e depois morta. Todos eles negam essa versão.
Bruno e Macarrão estão presos desde julho do ano passado. Cumprem prisão preventiva na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (região metropolitana de BH). Ele e mais oito pessoas são acusadas pelo envolvimento no sequestro, suposto assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio.
Também estão presos Sérgio Rosa Sales (primo de Bruno) e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (ex-policial e suposto autor do homicídio). Eles devem ir a júri popular no ano que vem.

Fonte: Folha.com
Edição: Antonio Luis

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